Por uma cidade mais justa, lutar não é crime!
Mês: maio 2012
O 13 de Maio representa para o povo negro o dia da falsa abolição da escravidão. Para nós, fica evidente que na prática a liberdade ainda não existe. Em 1888 depois de mais de 300 anos de escravidão, e de muita resistência dos negros escravos, foi assinada uma lei que determinava o fim do trabalho escravo, mas em nenhum momento falava de reparação, de inserção na sociedade, de garantia de direitos, em 2012 é muito nítido que nada mudou. O povo negro continua submetido aos restos de uma sociedade com tanta desigualdade.
Portanto, o 13 de maio não é dia de festa, nem de comemoração, e sim dia de lembrar que por trás de uma sociedade desigual em sua existência, existe uma estrutura racista que precisa ser derrubada. Nesse sentido, o comitê articulou uma jornada de ações, de lutas.
Vamos ás nossas ações :
10 DE MAIO – Ato pró-cotas – Ocupação Faculdade de Direito da USP
No dia 10 de maio, em uma ação que reuniu cerca de 300 militantes, fizemos uma marcha que partiu da Praça da Sé- SP em direção a Faculdade de Direito da USP no Largo São Francisco, onde foi realizada uma aula pública sobre cotas e a questão quilombola. Na mesa estavam: Danilo Cruz estudante de Direito da USP e militante do Levante Popular da Juventude e do Fórum da Esquerda, Milton Barbosa e Reginaldo Bispo militantes do MNU- Movimento Negro Únificado, e Beatriz Lourenço da UNEafro – Brasil. Com a palavra de ordem CONTRA AS COTAS, SÓ RACISTAS! a ocupação deixou evidente a necessidade do debate da questão racial brasileira, e principalmente da necessidade da ocupação de espaços Racistas pelo movimento negro.
11 de Maio – Apoio ao debate do Núcleo de Consciência Negra na USP
O Núcleo de Consciência Negra na USP completa em 2012 25 anos de resistência dentro de uma das universidades mais elitizadas e racistas do Brasil. De encontro a isso vem as reiteradas tentativas de expulsão do Núcleo pela Universidade, que configuram uma perseguição ao debate e a tentativa de inserir o povo negro na Universidade. O debate sobre resistência Negra que aconteceu na data não deixa dúvidas sobre o papel do Núcleo, e da necessidade que lutemos para que o espaço seja mantido.
12 de Maio – Discussão, Panfletagem e Música na Cidade Tiradentes
As periferias de SP são alvos princípais da Polícia que mata os jovens negros. Portanto, é fundamental nossa intervenção nesses espaços, uma vez que, a maioria de nós é parte dele. A Cidade Tiradentes é mais um espaço de resistência do povo negro, que participou da atividade.
Lembramos que o RAP é fundamentalmente objeto de resistência, que cria identidade para os jovens negros, potencializa a resistência.
A atividade aconteceu durante a tarde e se estendeu até o começo da noite.
1O DE MAIO: Panfletagem nas missas da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e colagens pelas ruas do centro de SP.
Abolição amiúde não!
O que me falta?
Músculos na calda,
Carcaça mais alta,
E envergadura.
Melhora no porte,
Moedas no pote,
Tríceps mais forte,
Melanina sem mistura.
Mas nunca faltou ternura,
Beijo com gosto de rapadura,
Ou qualquer remédio pra sua cura.
Nunca faltou vontade
Ou desejo de minha parte.
Mas o beijo que arde…
O toque que arrepia
Senti uma ou duas vezes, nesse ou naquele dia.
Aí doeu.
A torre forte estremeceu
Na formatura, quem dançou fui eu.
E na estreia, o papel de bobo, adivinha: Foi meu!
Normal… eu tenho espelho
Essa mulher aí de vermelho…
Vestido… Baton…
Sorriso fácil, suave som…
E um calor tão bom…
Hummm… acho que não.
Que pena que não.
Não!
Membro do Conselho Geral da UNEafro-Brasil
Membro do Conselho Geral da UNEafro-Brasil